Abstract
Povos indígenas têm “problemas” com lixo? Por que interessa es-tudar como dois grupos indígenas lidam com o consumo e o descarte de materiais industrializados? Um povo é formado por cerca de 330 pessoas e vive numa área de floresta no Vale do Javari, na Amazônia brasileira, onde há lugar suficiente para abrir buracos no solo e aterrar o lixo que, como quase tudo no mato, irá se degradar e se transformar ao longo dos anos, sem causar grandes estragos ao meio ambiente. Lá, portanto, eles não devem ter problema algum. O outro povo vive do lixão, trabalhando como coletor ou catador em Ciudad del Este, Paraguai, uma das mecas de consumo de produtos industrializados, a maioria importada “made in China” e cujas embalagens são deixadas por lá, na tentativa de driblar a fiscalização da Receita Federal. Eles vivem do lixo, então, não teriam problema com lixo, certo? Bem, esperamos mostrar, nesse texto, as experiências de ambos povos que vivem em regiões transfronteiriças na América Latina para nos fazer refletir sobre nossas relações com o lixo industrial.
Translated title of the contribution | Industrialized trash, consume and discard: experiences among the Matis and the Guarani indigenous people in Ciudad del Este (Paraguay) and in the Amazon (Brazil) |
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Original language | Portuguese |
Title of host publication | O poder do lixo: abordagens antropológicas dos resíduos sólidos |
Publication status | Published - 2016 |